Psicologia do Desenvolvimento II
Objetivos da UC: sensibilizar os futuros técnicos de educação a
utilizarem uma perspetiva adequada do desenvolvimento humano na promoção do
desenvolvimento psicológico de indivíduos e de grupos.
No final do semestre, os estudantes ficarão capacitados para utilizarem, de
modo sustentado, os conceitos e os modelos teóricos fundamentais da psicologia
do desenvolvimento na planificação e no exercício da sua ação educativa.
Competências a desenvolver:
pretende-se que os estudantes sejam capazes de
- questionar situações/comportamentos/casos de acordo com os ciclos de desenvolvimento;
- confrontar, questionar e posicionar-se de modo fundamentado face a problemáticas do desenvolvimento.
- planear ações educativas ajustadas às características do público-alvo.
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identidade – o definir de quem se é – aquilo em que se acredita (a verdade), a forma de agir. A experimentação de papéis na adolescência permite a escolha do que se considera correto e se vai integrar como identidade pessoal (a identificação com os outros mas também a definição daquilo em que se distingue). Definir de uma auto-imagem, assim como da que o definirá perante os outros.
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resiliência – conceito herdado das ciências naturais (capacidade de retomar a forma após sujeição a fatores externos) - estado de equilíbrio encontrado com a resolução das crises dos ciclos
de desenvolvimento e capacidade de gerir as situações da vida de forma adequada
ao sucesso pessoal (capacidade de adaptabilidade, de prosseguir com um projeto de vida, reformular o mesmo, encontrar novos caminhos, se necessário) [é fator e resultado]. É
influenciada por múltiplos fatores/condicionantes ambientais e pessoais:
sociais, familiares, de identidade/personalidade (sendo constituinte e fator de
formação das mesmas), caraterísticas referentes a acontecimentos de vida ou condicionalismos
físicos e cognitivos.
generatividade – capacidade de reflexão sobre o seu papel na sociedade: consciência das responsabilidades, quer por exigência social, quer por um apelo interior ao cuidar das gerações futuras, envolver-se na sociedade e deixar a sua marca no mundo.
síndrome do ninho vazio:
a sensação dos pais de não saber como ocupar o tempo quando os filhos saem de casa e deixam de ter responsabilidades na sua vida, sobrando-lhes tempo e disponibilidade mental anteriormente ocupada com a educação e o bem-estar dos filhos. Poderá ser encarado como uma forma de reequacionar objetivos e iniciar ou retomar atividades, investir ou desistir da relação marital, mas a mudança também pode não ser assimilada e levar a sentimentos depressivos.
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Tema 1 - Infância
- vinculação;
- características e diferentes perspetivas sobre a infância;
- riscos e percursos atípicos.
vinculação - relação emocionalmente
significativa (com mãe ou substituto) onde a criança se refugia, porque lhe dá
segurança - a segurança permite-lhe arriscar, explorando o meio e fazendo mais
aprendizagens (assim, é importante o equilíbrio entre a segurança/apoio e a
exploração/separação). Este fator teve a atenção dos teóricos devido às
perturbações resultantes do afastamento mãe-criança (despoletado pelo aumento de
órfãos na II Guerra Mundial e com alguma relevância dada ainda à integração da
mulher no mundo laboral e consequente colocação dos filhos em creches).
Tema 2 - Adolescência
- identidade;
- características e diferentes perspetivas sobre a adolescência;
- riscos e percursos atípico
identidade – o definir de quem se é – aquilo em que se acredita (a verdade), a forma de agir. A experimentação de papéis na adolescência permite a escolha do que se considera correto e se vai integrar como identidade pessoal (a identificação com os outros mas também a definição daquilo em que se distingue). Definir de uma auto-imagem, assim como da que o definirá perante os outros.
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Tema 3 - Idade adulta
- resiliência;
- características e diferentes perspetivas sobre a idade adulta;
- riscos e percursos atípicos.
generatividade – capacidade de reflexão sobre o seu papel na sociedade: consciência das responsabilidades, quer por exigência social, quer por um apelo interior ao cuidar das gerações futuras, envolver-se na sociedade e deixar a sua marca no mundo.
síndrome do ninho vazio:
a sensação dos pais de não saber como ocupar o tempo quando os filhos saem de casa e deixam de ter responsabilidades na sua vida, sobrando-lhes tempo e disponibilidade mental anteriormente ocupada com a educação e o bem-estar dos filhos. Poderá ser encarado como uma forma de reequacionar objetivos e iniciar ou retomar atividades, investir ou desistir da relação marital, mas a mudança também pode não ser assimilada e levar a sentimentos depressivos.
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Tema 4 - Velhice
- sabedoria;
- características e diferentes perspetivas sobre a velhice;
- riscos e percursos atípicos.
Veja os documentos da WHO 2002
Knowledge translation on ageing and health: policy framework 2012
sabedoria – só sei que nada sei (conhecimento
e aceitação de limites)
consciência das realidades, experiência de vida, capacidade de discernimento,
são componentes apontadas à sabedoria (capacidade de julgamento e conselho
sobre situações/dilemas da vida).
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epigénese - conceito
herdado das ciências naturais (referente a processos físicos de
desenvolvimento), que carateriza o desenvolvimento humano como contínuo mas não
linear, processando-se em ciclos, despoletados por crises em que a pessoa
reorganiza a sua personalidade.
A
variabilidade de percursos, de ocorrências na vida de cada um (o acaso / o
ambiente / aquisições prévias), define a sua personalidade, pela forma como
resolve as crises internas (despoletadas, também, por mudanças do meio interno
ou externo ao indivíduo - quer de cariz físico, cognitivo, ambiental...)========================================================================================
Erikson ainda mais simplificado: >>Teoria do Desenvolvimento Psicossocial<<
considera 8 fases de desenvolvimentobebé1.ª infância2.ª infânciaidade escolarpuberdade e adolescênciaadulto jovemmeia-idadeidade da reforma
atentem aos principais dados
até aos 18m bebé estádio sensorial
18m -> 3 anos 1.ª infância fase desenvolvimento muscular
3 -> 5 anos 2.ª infância fase controlo locomotor
5 -> 13 anos idade escolar período de latência
13 -> 21 anos puberdade e adolescência fase da moratória psicossocial
21 -> 40 anos adulto jovem fase da maioridade jovem
40 -> 60 anos meia-idade fase da maioridade
> 60 anos idade da reforma fase da maturidade
em cada uma das fases, a pessoa tem de resolver
uma crise interna, resultante da interação com o meio social
confiança x desconfiança
básica - o bebé
liga-se à mãe (ou substituto), que lhe providencia as necessidades básicas, o ambiente acolhedor,
seguro, previsível, dá-lhe confiança;
autonomia x vergonha e
dúvida - na 1.ª infância,
a criança explora o meio - o encorajamento dos pais (núcleo familiar próximo/substitutos) é importante para que continue a fazê-lo e aumente a sua autonomia (os pais devem proteger sem cercear o desenvolvimento);
iniciativa x culpa - na 2.ª infância (tempo do faz-de-conta), aprende a fazer sozinha, a ter
iniciativa (...vigiar sem proibições
que possam levar ao sentimento de culpa, vergonha);
engenho x inferioridade - na idade escolar há um reforço das capacidades
anteriores; o mundo da criança alarga-se às relações familiares e escola, e ela
tem o seu feedback a estruturar a sua autoestima – aprende a reagir
adequadamente (engenho), para
agradar aos outros e não se sentir inferior ou diferente;
identidade x confusão de papéis - na puberdade e
adolescência há uma revolução fisiológica! (maturidade sexual e
intelectual) – integração em grupos estranhos à família - crise de identidade –
contato com múltiplos papéis e realidades, busca da verdade;
intimidade x isolamento - adulto jovem – se
está confiante da sua identidade, assumirá relações de compromisso, de
intimidade, com maior segurança (amizades, amor); caso não, poderá isolar-se (medo de rejeição, de falhar);
generatividade x estagnação - a meia-idade será
o tempo de constituir família e assumir um lugar na sociedade – de compreender a
sua responsabilidade para com as gerações futuras e a sociedade; uma crise mal
resolvida resultará em comportamentos egocentristas, de desprendimento para com a sociedade;
integridade x desespero - idade da reforma! –
é o tempo de avaliação de todo um percurso de vida: se as crises foram bem
resolvidas sentirá plenitude (“integridade”), se não foram, sentirá amargura e desespero...
bibliografia usada para este resumo:
Veríssimo,
R. (2002). Desenvolvimento psicossocial
(Erik Erikson). Porto: Faculdade de Medicina do Porto.
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Bibliografia obrigatória a adquirir:
Tavares et al. (2007). Manual de
Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem. Porto: Porto Editora.
Bibliografia e Recursos obrigatórios disponibilizados
aos estudantes inscritos:
Vários. (s.d.). Vídeos de Psicologia do Desenvolvimento, Universidade
Aberta.
Morgado,L. & Costa, A. (2009). Coletânia
de Textos para a Psicologia do Desenvolvimento. Lisboa: Universidade
Aberta.
Bibliografia Complementar:
Bouvet; J.-F. (1998). Sobre o Ferro
nos Espinafres e Outras Ideias Feitas. Lisboa: Gradiva.
Pasternak, C.(org.). (2009). O que nos torna Humanos? Lisboa: Texto &
Grafia.
Matta, I. (2001). Psicologia do
Desenvolvimento e da Aprendizagem. Lisboa: Universidade Aberta.
Schaffer, R. (2005). Introdução à
Psicologia da Criança. Lisboa: Instituto Piaget.
Paiva Campos, B. (1990). Psicologia do Desenvolvimento e Educaçãode Jovens.
Lisboa: Universidade Aberta.
Gaspar de Matos, M. & Sampaio, D.(2009). Jovens com Saúde.Diálogo com uma
geração. Lisboa: Texto.
Fonseca, A. (2006). OEnvelhecimento. Uma abordagem psicológica. Lisboa:
UniversidadeCatólica.
imagens:
http://www.ufpi.br/index.php